Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino 2027 no Brasil: Não. Não está tudo pronto.

Abstract

O Brasil sediou os maiores megaeventos esportivos do mundo. No curto intervalo de duas décadas recebemos os Jogos Pan-Americanos (2007), Jogos Mundiais Militares (2011), Copa das Confederações FIFA (2013), Copa do Mundo FIFA de futebol masculino (2014), Jogos Olímpicos (2016), Copa América (2019/ 2021) e agora a Copa do mundo FIFA de futebol feminino (2027). A campanha vencedora para país-sede da edição feminina da Copa do Mundo de Futebol FIFA, no ano de 2027, intitulada “Está tudo pronto” não explicita vulnerabilidades encontradas em território nacional quando da comparação das obras de infraestrutura prospectadas na Matriz de Responsabilidades para a Copa de 2014 e as realmente executadas. O objetivo deste trabalho é discutir, à luz da matriz de responsabilidade apresentada quando da realização da Copa do Mundo de 2014, se, e em que medida, o Brasil está realmente pronto para sediar a edição de 2027. Por meio de um ensaio teórico e ampla revisão de literatura, os autores se debruçam sobre as inconsistências e falácias discursivas, tanto dos gestores públicos, quando dos documentos de acompanhamento pontual dos impactos e legados dos megaeventos esportivos no país. Os dados encontrados são suficientemente densos na direção de contrapor a temática da campanha “Está tudo pronto”, denunciam as contradições entre a realidade do Brasil no ano de 2024 e o conjunto de obras inacabadas espalhadas pelas doze cidades-sede em todo o território nacional em decorrência da realização da Copa de 2014 e conclui que não, não está tudo pronto.